Confira as leituras bíblicas, o Evangelho, o Salmo e o Santo do dia para abastecer sua alma com fé.
Este é o sangue da aliança que o Senhor fez convosco.
Leitura do Livro do Êxodo 24,3-8
Salmo responsorial Sl 115(116),12-13.15.16bc.17-18 (R. 13)
R. Elevo o cálice da minha salvação,
invocando o nome santo do Senhor.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.
O Sangue de Cristo purificará a nossa consciência.
Leitura da Carta aos Hebreus 9,11-15
(Na forma mais longa; ou na forma abreviada, a partir de: ** Eis o pão …)
Terra, exulta de alegria,
louva teu pastor e guia
com teus hinos, tua voz!
Tanto possas, tanto ouses,
em louvá-lo não repouses:
sempre excede o teu louvor!
Hoje a Igreja te convida:
ao pão vivo que dá vida
vem com ela celebrar!
Este pão, que o mundo o creia!
Por Jesus, na santa ceia,
foi entregue aos que escolheu.
Nosso júbilo cantemos,
nosso amor manifestemos,
pois transborda o coração!
Quão solene a festa, o dia,
que da santa Eucaristia
nos recorda a instituição!
Novo Rei e nova mesa,
nova Páscoa e realeza,
foi-se a Páscoa dos judeus.
Era sombra o antigo povo,
o que é velho cede ao novo:
foge a noite, chega a luz.
O que o Cristo fez na ceia,
manda à Igreja que o rodeia
repeti-lo até voltar.
Seu preceito conhecemos:
pão e vinho consagremos
para nossa salvação.
Faz-se carne o pão de trigo,
faz-se sangue o vinho amigo:
deve-o crer todo cristão.
Se não vês nem compreendes,
gosto e vista tu transcendes,
elevado pela fé.
Pão e vinho, eis o que vemos;
mas ao Cristo é que nós temos
em tão ínfimos sinais.
Alimento verdadeiro,
permanece o Cristo inteiro
quer no vinho, quer no pão.
É por todos recebido,
não em parte ou dividido,
pois inteiro é que se dá!
Um ou mil comungam dele,
tanto este quanto aquele:
multiplica-se o Senhor.
Dá-se ao bom como ao perverso,
mas o efeito é bem diverso:
vida e morte traz em si.
Pensa bem: igual comida,
se ao que é bom enche de vida,
traz a morte para o mau.
Eis a hóstia dividida…
Quem hesita, quem duvida?
Como é toda o autor da vida,
a partícula também.
Jesus não é atingido:
o sinal é que é partido;
mas não é diminuído,
nem se muda o que contém.
** Eis o pão que os anjos comem
transformado em pão do homem;
só os filhos o consomem:
não será lançado aos cães!
Em sinais prefigurado,
por Abraão foi imolado,
no cordeiro aos pais foi dado,
no deserto foi maná.
Bom pastor, pão de verdade,
piedade, ó Jesus, piedade,
conservai-nos na unidade,
extingui nossa orfandade,
transportai-nos para o Pai!
Aos mortais dando comida,
dais também o pão da vida;
que a família assim nutrida
seja um dia reunida
aos convivas lá do céu!
Isto é meu corpo. Isto é meu sangue.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 14,12-16.22-26
Santa Joana d’Arc
Joana D’Arc é representada sobre um cavalo, com uma enorme armadura de ferro, quase que esmagando a sua figura franzina ou então amarrada em uma coluna, enquanto as chamas e a fumaça a consomem. Há seiscentos anos, são estes seus dois ícones: uma guerreira vitoriosa e uma “bruxa” moribunda. Nestas duas imagens estão condensados seus 19 anos de vida: a menina, nascida em 6 de janeiro de 1412, em Domremy, nordeste da França, que ajuda sua família em casa e nos campos, mal conseguindo rezar, foi aquela que, aos 13 anos de idade, ouviu “vozes” do céu e se sentiu envolvida em um grande projeto.
“Livrar a França” e proclamar Carlos VII, rei da França: esta missão foi-lhe incumbida – disse Joana D’Arc, primeiro, aos pais e, depois, às autoridades – pelas vozes do Arcanjo Miguel, de Catarina de Alexandria e de Margarida de Antioquia… que ela ouviu claramente. Tais vozes foram, logo, criticadas como brincadeiras de uma analfabeta, de olhos esbugalhados.
Porém, quando aquela jovem, de 17 anos, que fugiu de casa, predisse, com exatidão, uma derrota da França contra os invasores britânicos, as suas “fantasias” adquiriram maior valor.
Ao ser examinada por alguns teólogos, que a interrogaram sobre a sua fé, Joana foi posta à frente de um exército, que marchou para Orléans e a circundou. Em apenas oito dias, aconteceu um prodígio, em termos militares: os ingleses foram, várias vezes, derrotados na batalha, onde a audácia da “donzela” foi incomparável. Orléans foi libertada e, em 17 de julho de 1429, atingiu o auge da sua glória: Carlos VII foi coroado em Reims e, ao seu lado, Joana d’Arc, com seu estandarte.
No entanto, duas forças opostas e similares conspiram contra a donzela: de um lado, os ingleses, que não aceitavam ser derrotados por uma jovem; de outro, os próprios franceses, generais e clérigos, que não queriam ser suplantados pelo mesmo motivo.
Por isso, enquanto Joana D’Arc guiava a libertação de Compiègne, a ponte levadiça foi levantada, antes que ela pudesse se livrar. Assim a jovem foi capturada pelos borgonheses.
Era o dia 23 de maio de 1430. Após dois dias, a Universidade de Paris pediu aos membros da Inquisição que a jovem fosse julgada por feitiçaria. Carlos VII fez bem pouco para libertá-la e, no dia 21 de novembro, Joana D’Arc foi entregue aos ingleses.
O processo começou em Rouen, em 9 de janeiro de 1431. Cerca de cinquenta homens, entre os mais cultos da França e da Inglaterra, julgaram a donzela. Bispos, advogados eclesiásticos, prelados de vários níveis fizeram-lhe uma interrogação pormenorizada sobre as acusações de imputação, idolatria, cisma e apostasia. A sua fé, suas roupas masculinas, as misteriosas “vozes” foram objeto de duras acusações e falsas reconstruções, às quais Joana, quase sem nenhuma instrução, respondeu com coragem e precisão. Perguntaram-lhe, entre outras coisas, se ela estava na graça de Deus e respondeu: “Se eu estiver, Deus me protegerá; se não estiver, que Deus me permita tê-la, pois prefiro morrer a não estar na graça de Deus”.
O julgamento de Joana D’Arc terminou no dia 24 de março: a heroína da França foi considerada uma herege e devia morrer. Assim, em 30 de maio de 1431, ela foi obrigada a subir na fogueira, preparada na praça do Vieux-Marché, em Rouen, onde morreu queimada viva, com os olhos fixos na grande cruz, que o frade Isembard de la Pierre havia trazido para ela.
A Igreja reabilitou, solenemente, Joana d’Arc, em 1456. Pio X a beatificou, em 1910 e, dez anos depois, Bento XV a canonizou.
Fonte: Vatican News
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